A internet na nossa vida

O advento da internet operou em todo o mundo uma revolução sem precedentes, transformando as nossas vidas e as formas de correspondermos uns com os outros. Até os mais avessos ao progresso reconhecem que esta mudança trouxe inúmeras vantagens em relação aos meios de comunicação tradicionais. Os que usavam uma carta, para se corresponder com familiares e amigos, hoje em dia usam um computador conectado à rede para enviar emails que chegam ao destinatário em instantes, dispensando a deslocação aos correios para comprar envelopes, selos, e o perigo de a carta ser extraviada.

A internet aproxima as pessoas, que, mesmo estando distantes, conseguem ver-se usando uma Webcam, para nem falar da possibilidade de fazer amigos, criar grupos de interesse, e mobilizar-se em prol de uma causa. Facilita-nos a vida cotidiana, pois através dela podemos efetuar compras, movimentos bancários, a partir de casa, libertando-nos das intermináveis filas de espera.

A revolução ultrapassa a esfera da vida pessoal. Acelerou a troca de informações, que acabam por ser lidas e comentadas praticamente em tempo real, suplantando os jornais impressos, que divulgavam notícias atrasadas ou desatualizadas. Apresenta-se como uma alternativa aos canais televisivos, os quais impõem os seus pontos de vista oficiais, através de programas alienadores, politizados e repletos de publicidade. A internet pelo contrário é o espaço da livre escolha por excelência, oferecendo a cada internauta um vasto universo programático, economicamente acessível e rápido, em apenas um clique. O próprio saber deixou de ser o privilégio de alguns. A rede internet disponibiliza gratuitamente livros e enciclopédias em linha, abolindo por assim dizer as diferenças sociais, e promovendo desta forma a inclusão social.

Tornou-se inclusive uma ferramenta de aprendizagem indispensável. Impulsionou o ensino à distância e a realização de videoconferências. Favoreceu o aparecimento de novas profissões e sectores de atividade. Modificou radicalmente a forma de trabalhar e produzir. São cada vez mais frequentes os casos de indivíduos a trabalhar sem ter que sair de casa, bastando-lhes estar conectados à rede.

Se por um lado a internet constitui um excelente instrumento de trabalho, não deixa de ser por outro uma grande plataforma de lazer, que convida a conhecer novos lugares sem se levantar da cadeira, através de passeios virtuais. As redes sociais como o Facebook ou o Vkontake, Twitter e outras, têm atraído os internautas de uma forma quase magnética. A elas confluem ideias, tendências, e muitos chefes de Estado já as usam para se dirigir aos seus concidadãos e lhes transmitir os votos de boas festas, e outras mensagens de interesse nacional.

Os impactos do uso da internet na vida e na mente das pessoas já são estudados. Alguns especialistas defendem que o avanço da tecnologia nos tornou menos capazes de pensamento aprofundado, e perturba a nossa capacidade de concentração. Vários sociólogos declaram que a internet, através do seu fluxo de emails, atualizações no Facebook, blogs, fotos, vídeos e ligações para outras páginas, está a alterar a nossa mente, a qual se vai acostumando a navegar na informação e a escaneá-la, mas sem ativar as funções interpretativas do cérebro. Segundo eles estaremos a desenvolver a nossa capacidade de tomada de decisão rápida, em detrimento de um conjunto de outras habilidades mentais essenciais, como a contemplação, interpretação ou reflexão. Seja como for, e apesar dos remoques dos seus detratores, o fenómeno da internet não deixa margens para dúvidas. É o maior abalo de um século assumidamente tecnológico. Suplantou todas as ideologias, e crenças até então enraizadas, num movimento planetar sem precedentes. E ao que tudo indica, ainda só estamos no início...

E há quem diga que ainda estamos no início....